Cheia do Rio Negro alaga casas e afeta mais de 500 mil pessoas no Amazonas
Moradores constroem passarelas improvisadas e se abrigam em cômodos elevados enquanto o nível do rio ultrapassa a cota de inundação severa em Manaus. Chuvas mantêm rios do Amazonas acima do nível esperado
As chuvas dos últimos dias mantêm os rios do Amazonas em um nível acima do esperado. A região central de Manaus é uma das mais atingidas pela cheia do Rio Negro. Cercado pela água cheia de lixo, Jonas constrói pontes de madeira para colocar dentro de casa, que foi tomada pela cheia do Rio Negro. Este é o último recurso, porque ele e a família não têm para onde ir.
“Já coloquei, já levantei de novo que não deu jeito não. Tive que levantar mais porque a água subiu mais”, diz Jonas da Silva e Silva, ajudante.
O Rio Negro aumenta três centímetros esta semana. Está com 29 metros e quatro centímetros. Nesta época do ano, o nível dos rios geralmente entra em queda. A água encobre a maior parte do muro de contenção do porto de Manaus.
Nove meses atrás, o Amazonas enfrentava outro período atípico: o de seca severa. Uma faixa de areia extensa separava o rio da avenida central da cidade. Veículos e pessoas circulavam por ali. Agora, nesse trecho, as embarcações estão atracadas.
Para se ter uma ideia do que os moradores estão passando, há campo de futebol que foi tomada pela água. Por isso, os moradores só conseguem sair das casas usando canoas.
Dona Nizomar conseguiu salvar os colchões. Ela, os filhos e os netos estão morando no andar de cima da casa.
“Aqui, quando alaga, fica assim. A gente perde tudo porque não tem para onde botar. O que der pra conseguir escapar, a gente escapa. O que não der, fica por aí mesmo”, diz Nizomar de Souza Gomes, dona de casa.
A prefeitura de Manaus declara que intensifica as ações emergenciais nos bairros mais afetados. Em todo o estado, a cheia atinge mais de 530 mil pessoas.
“Tem que dar um jeito de viver, né? Se tivesse um lugar melhor em terra, já tava. Nem tava aqui, já tava em outro lugar. A vontade nossa é sair daqui”, diz Jonas da Silva e Silva.
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