Motoristas reclamam de buracos, trechos sem asfalto e risco de acidentes na BR-174, em Pacaraima
12/12/2025
(Foto: Reprodução) Longo trecho sem asfalto na BR-174, em Pacaraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
A situação da BR-174, em Pacaraima, no Norte de Roraima, tem preocupado motoristas e moradores das comunidades próximas à rodovia. Buracos profundos, partes sem asfalto e atoleiros na pista tornam a viagem arriscada para quem depende da estrada — que tem 215 km de extensão saindo de Boa Vista e é a única ligação terrestre entre Brasil e Venezuela.
O g1 e a Rede Amazônica percorreu a BR-174 de Boa Vista até Pacaraima, município roraimense que fica na fronteira com a Venezuela. O trecho mais crítico é o que compreende a comunidade indígena Sorocaima, na Terra Indígena São Marcos, distante 147 km da capital, Boa Vista.
A BR-174 é a única ligação por terra entre Roraima e Venezuela, também entre Roraima e o restante de Brasil. A falta de infraestrutura na BR-174 é um problema antigo. Em 2023, o g1 mostrou que a rodovia tinha trechos sem asfalto, sem acostamento, muitos buracos e atoleiros na pista.
O g1 procurou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela manutenção da rodovia federal, e aguarda resposta.
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Lamaçal no meio da pista, na BR-174, em Pacaraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
O eletricista Rone Andrade percorre com frequência as estradas no interior do estado e, segundo ele, a situação da BR-174 é preocupante. A situação piora durante a noite, quando a visibilidade reduz ainda mais.
“Essa semana já é a segunda vez que estou vindo. A estrada tem melhorado em alguns trechos, mas ainda há muitos buracos e a presença de animais na pista, o que é muito perigoso. No ano passado, colidi com um animal em uma vicinal, e poderia ter sido muito pior".
“À noite, evito muito viajar, pois é muito difícil enxergar os buracos e os animais na pista. A falta de iluminação é um risco enorme", contou Rone.
Quem também enfrenta os problemas da estrada é Joaquim José Vieira, de Manaus, que está temporariamente em Roraima prestando serviços em comunidades indígenas. Para ele, a BR-174 está em “situação de abandono”.
"Essa estrada está em condições precárias. Os trechos sem asfalto são complicados, e a segurança é uma preocupação constante", afirmou Joaquim.
Problemas nas comunidades indígenas
BR-174, em Pacaraima, tem longo trecho sem asfalto, atoleiro e buracos na pista
Caíque Rodrigues/g1 RR
A situação é ainda mais grave para quem vive ao lado da estrada. Na comunidade indígena Sorocaima, indígenas Taurepang enfrentam o trecho em frente às casas que não é asfaltado, o que compromete o transporte escolar, o deslocamento dos moradores e até o atendimento médico.
O tuxaua Daniel Joaquim de Souza afirma que os impactos são sentidos todos os dias e que o trecho entre Sorocaima e Pacaraima é um dos mais problemáticos.
“As condições da estrada dificultam o transporte dos alunos e até os atendimentos médicos. Já tivemos casos de crianças com fraturas e a ambulância demorou muito para chegar”, relatou.
Daniel destaca que o problema persiste o ano inteiro, mudando apenas de forma. O tuxaua afirma que a comunidade depende totalmente da BR-174 para qualquer deslocamento.
“No verão, a poeira causa problemas de saúde, especialmente entre as crianças, e no inverno a lama e os atoleiros impedem a passagem. Já teve ônibus escolar que ficou atolado aqui na frente da comunidade”.
“Nós enfrentamos essas dificuldades há muito tempo. Precisamos que as autoridades olhem para a nossa realidade e façam a melhoria da estrada", afirma.
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