Perda auditiva súbita: o que fazer caso sua audição suma repentinamente?
16/09/2024
Condição clínica se caracteriza pela perda súbita da capacidade auditiva A recuperação pode ocorrer de forma espontânea, mas quando negligenciada, a condição pode deixar sequelas
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Alguns fatores podem desencadear uma perda auditiva súbita, alteração clínica que resulta na perda de audição, que ocorre de forma unilateral na grande maioria dos casos. A recuperação pode ocorrer de forma espontânea, mas quando negligenciada, a condição pode deixar sequelas e até resultar em uma perda auditiva definitiva.
Marta Luiza Santana (CRFa 4-13308), fonoaudióloga especialista em Saúde Auditiva, explica que perda auditiva súbita pode ser considerada uma perda idiopática, ou seja, após uma extensa investigação com otorrinolaringologista e acompanhamento na sequência do aparecimento dos sintomas, não é encontrada nenhuma relação que a justifique. Alguns estudos apontam uma relação com causas infecciosas ou vasculares, mas, de modo geral, não são causas totalmente definidas.
“O paciente percebe uma diminuição da audição de forma rápida, podendo ter início de um dia para o outro, e se mantém por pelo menos 72 horas. A maioria dos casos de perda auditiva súbita ocorre de forma unilateral. Os pacientes podem apresentar como sintomas associados o zumbido e tontura, ou apenas a sensação de diminuição repentina da audição”, completou.
Não existem dados sobre a quantidade de pessoas no Brasil que sofrem de perda auditiva súbita, apenas dados relacionados à perda auditiva em geral. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5% da população brasileira têm algum grau de deficiência auditiva, o que equivale a mais de 10 milhões de pessoas. Destas, cerca de 2,7 milhões de brasileiros têm perda auditiva profunda, ou seja, não conseguem ouvir nada.
No caso da perda auditiva súbita a recuperação pode ocorrer de forma espontânea, o que não elimina a necessidade de um acompanhamento médico. Marta Luiza pontua que o acompanhamento com otorrinolaringologista deve começar logo após o aparecimento dos primeiros sintomas, com a realização de audiometria para identificar o grau de perda auditiva e quais os próximos passos do tratamento.
“O restabelecimento da audição irá depender da forma de tratamento utilizada pelo otorrinolaringologista e o tempo em que o paciente demorou para buscar o tratamento. Em alguns casos é necessário a atuação rápida com medicamentos, visando menores consequências para a audição do paciente. No entanto, pode ocorrer do tratamento ser realizado de forma efetiva e rápida, e mesmo assim o paciente manter a perda auditiva, a qual pode variar o grau ou as frequências que foram acometidas. Além disso, fatores como idade e gravidade dos sintomas também podem influenciar no restabelecimento da audição”.
Como não possui causa específica, não é possível também traçar estratégias de prevenção para a perda auditiva súbita. Entretanto, é recomendado manter o acompanhamento periódico com otorrinolaringologista e fonoaudiólogo para realização dos exames auditivos, visando a qualidade da saúde auditiva como um todo.
“A principal sequela da perda auditiva súbita é não restabelecer por completo a audição. A depender do tratamento utilizado e tempo de acometimento dos sintomas, o paciente pode permanecer com determinado grau de perda auditiva ou limiares auditivos fora do padrão de normalidade em algumas frequências. A partir do momento em que os exames indicam que a perda auditiva se tornou estável e definitiva, o otorrinolaringologista pode encaminhar para a indicação e seleção de próteses auditivas, a ser realizada por um fonoaudiólogo”, concluiu.
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