Trotes ao Samu em BH passam de 15 mil em 2025 e comprometem atendimentos
22/09/2025
(Foto: Reprodução) Ambulância USA do Samu-BH
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte/Divulgação
Mais de um terço das ligações recebidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Belo Horizonte em 2025 foram indevidas,
Segundo a prefeitura da capital mineira, os registros incluem mais de 15 mil trotes e outras 93 mil solicitações de informações gerais, como endereço de unidades de saúde.
Entre janeiro e julho, o serviço de urgência atendeu cerca de 300 mil chamadas, das quais 108 mil (36%) não tinham relação com emergências médicas.
O gerente do Samu-BH, Roger Lage Alves, alerta que esse tipo de ligação prejudica o atendimento de quem realmente precisa:
“Parte da população ainda não compreende a missão do Samu e como o tempo que um atendente gasta com um trote, por exemplo, impacta em uma ocorrência real”, afirma.
Atendimentos corretos
No mesmo período, o Samu recebeu 141 mil solicitações adequadas, sendo que 76 mil resultaram no envio de ambulâncias. A média ultrapassa 358 atendimentos por dia.
51,6% foram por causas clínicas, como parada cardiorrespiratória e suspeita de AVC;
27,7% por traumas;
10,2% por causas psiquiátricas.
Como funciona o atendimento
O contato com o Samu é feito pelo telefone 192, disponível 24 horas. O serviço avalia a gravidade de cada caso e decide se há necessidade de enviar ambulância e qual tipo de equipe será deslocada.
O solicitante deve informar motivo da ligação, endereço completo, idade aproximada da vítima, principais sintomas, estado de consciência e histórico de doenças.
Em situações em que não há risco imediato, o médico regulador orienta o paciente a procurar uma unidade de saúde por meios próprios, já que o Samu não é serviço de transporte.
Quando chamar o Samu?
Casos de emergência, como:
suspeita de infarto ou AVC;
parada cardiorrespiratória;
acidentes e traumas com vítimas;
afogamentos, queimaduras graves, intoxicações, tentativas de suicídio;
crises convulsivas, choque elétrico, acidentes com produtos perigosos, entre outros.
Quando não acionar o Samu?
Situações de menor risco, como:
febre prolongada, dores crônicas, vômito e diarreia;
cólicas renais, dor de dente, entorses;
troca de sondas, cortes com pouco sangramento;
transporte para consultas, exames ou em casos de óbito.
Roger também alerta para a percepção equivocada que muitas pessoas fazem do atendimento prestado. “O Samu não é um serviço de transporte. Há casos em que pessoa está estável, mas solicita a ambulância para que seja levada a um hospital. Essa não é a missão do Samu. Nesses casos, o médico regulador orienta que a pessoa procure, por meios próprios, uma unidade de saúde”, destaca.
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