Suspeitos de matar ex-ator mirim João Rebello na Bahia completam uma semana foragidos; polícia segue com buscas
05/11/2024
Conhecido por seu trabalho em novelas como 'Vamp' e 'Bebê a bordo', artista de 45 anos foi morto a tiros dentro do próprio carro em Trancoso, no extremo sul do estado. Felipe e Anderson são considerados foragidos
Arquivo Pessoal
Dois dos três suspeitos de matar o DJ e ex-ator mirim João Rebello, no distrito turístico de Trancoso, na cidade de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, completam uma semana foragidos nesta terça-feira (5). O outro se apresentou à delegacia da localidade na quinta-feira (31), um dia após a Justiça expedir o mandado de prisão, e segue à disposição da Justiça.
João morava no distrito e trabalhava como DJ e artista visual. As investigações apontam que o artista foi morto, no dia 24 de outubro, por engano — confundido com outro homem parecido com ele e que usava o mesmo tipo de carro. A Polícia Civil descartou qualquer possibilidade de que o artista estivesse ligado a atividades criminosas.
A Polícia Civil segue em busca de Felipe Souza Bruno, mais conhecido como Zingue, e Anderson Nascimento Sena, chamado de Danda. A polícia disse que ambos possuem mandados de prisão em aberto por homicídio e tráfico de drogas.
O g1 consultou o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e resultado mostra que Anderson Nascimento Sena era alvo de ao menos dois mandados de prisão:
o primeiro por roubo à mão armada, expedido em 18 de abril de 2023 pela 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais de Eunápolis, outra cidade do extremo sul baiano;
o segundo corresponde ao crime de homicídio por motivo fútil, expedido em 18 de setembro de 2023 pela 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais de Porto Seguro.
O BNMP mostra que o homem foi condenado a seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto, com sentença já transitada em julgado — ou seja, sem possibilidade de recurso. Procurada pelo g1, a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) confirmou que o réu ainda não havia sido capturado.
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Já Felipe Souza Bruno aparece como alvo de apenas um mandado de prisão, também pelo crime de homicídio por motivo fútil. O mandado de prisão preventiva foi expedido em 22 de junho de 2022 pela Vara de Jurisdição Plena de Belmonte, na mesma região.
De acordo com o TJ-BA, esse mandado chegou a ser cumprido, por isso o processo aparece como "arquivado definitivamente". O Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões, no entanto, aponta que o réu não foi recapturado.
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O g1 tentou contato com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) para checar quando o suspeito foi detido e quais as circunstâncias da liberdade — se ele obteve decisão favorável à soltura ou se fugiu, por exemplo —, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Tanto Felipe quanto Anderson seguem procurados pela Polícia Civil, agora pelo crime contra João Rebello.
O crime contra o ex-ator mirim
Ex-ator mirim é morto a tiros dentro de carro em destino turístico da Bahia
Reprodução/Redes Sociais
João Rebello foi assassinado a tiros dentro do próprio carro, na noite de 24 de outubro. Segundo testemunhas, a vítima estava sozinha no centro de Trancoso, na Praça da Independência, quando dois homens em uma motocicleta se aproximaram do veículo, atiraram e fugiram. A polícia ainda não detalhou a participação específica de cada suspeito no crime.
O corpo de João foi velado e enterrado em 27 de outubro, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A família e atores como Patrícia Travassos, Nívea Stelmann e Ana Paula Tabalipa estiveram na despedida.
Na sexta-feira (1°), amigos se reuniram na Igreja São João Batista, no Quadrado de Trancoso, para celebrar a missa de sétimo dia da morte de João Rebello. Outra homenagem foi realizada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, no Rio de Janeiro.
DJ, sobrinho de diretor de TV e ex-ator mirim
João Rebello trabalhava como DJ, sob o nome artístico "Vunje". Ele também era diretor de clipes e "médium" dos beats no coletivo Beatzada, que promovia festas em Trancoso.
Mas o artista é um velho conhecido do grande público por seu trabalho como ator em novelas da Globo. Sobrinho do diretor Jorge Fernando, que morreu em 2019, João fez atuações marcantes em cinco novelas da TV Globo, exibidas entre 1986 e 1997.
Ex-ator mirim João Rebello é morto a tiros dentro de carro em destino turístico no extremo sul da Bahia
Reprodução/Instagram
O primeiro trabalho dele foi aos 7 anos na trama "Cambalacho", de 1986. João deu vida ao pequeno Maneco, um dos filhos adotados de Naná, personagem interpretada por Fernanda Montenegro.
Relembre outros trabalhos do ex-ator mirim:
📺 Em 1989, João Rebello interpretou Juninho, na novela "Bebê a Bordo". Ele era filho do casal Tonico (Tony Ramos) e Soninha (Inês Galvão).
📺 Em 1991, João estrelou a novela "Vamp". No papel de Sig, um dos filhos de Carmen Maura (Joana Fomm), ele chamou atenção do público pelo perfil intelectual e tiradas sobre diversas situações. Foi o trabalho mais lembrado do artista.
📺 Em 1992, João integrou o elenco de "Deus nos Acuda" como Nicolau, um menino que vivia em situação de rua e era tido como anjo enviado à Terra por Celestina, personagem de Dercy Gonçalves. Na trama, já adolescente, ele viveu par romântico com Eduarda (Fernanda Rodrigues).
📺 Em 1997, João viveu o surfista Baby na novela "Zazá", seu último papel como ator de novela.
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